domingo, maio 04, 2008

A educação ambiental

A educação ambiental

Gestão dos recursos humanos na gestão ambiental

Ao depararmo-nos com a lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 torna-se necessário verificar algo interessante que sempre ocorre. A lei citada possui na sua íntegra, necessidades que deveriam ter sido sancionadas há vinte (20) anos atrás, para que não tivéssemos hoje, uma degradação ambiental em tão elevado índice.
Mesmo assim, a falta de material humano para que se faça valer a aplicabilidade da lei é insuficiente. Basta para isso fazer um mapeamento, principalmente da região amazônica e pantaneira, para se ter uma idéia da devastação e degradação ambiental que ali ocorre, por falta de recursos humanos na gestão ambiental.
Quando se iniciaram as tratativas internacionais do protocolo de Kyoto, ou seja, em 1965, a situação já era de emergência, ficando evidente que, decorridos quarenta anos, mesmo já assinado pela imensa maioria dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, tem-se ainda a objeção dos Estados Unidos, que talvez por pensarem que estão acima de qualquer outro país, mandam executar sem a própria necessidade da parcela de responsabilidade que se lhe é imposta.
Muito pelo contrário, nas escolas de nível médio, na disciplina de Geografia, já é reconhecida, geograficamente, uma região chamada como reserva ecológica internacional, que engloba a região amazônica e a região do pantanal brasileiro, situando-se ao sul, o Brasil, como se nossa soberania fosse um boneco de brinquedo nas mãos do Tio Sam.
O tema meio ambiente entrou definitivamente na pauta de discussão da nossa sociedade. É verdade que os meios de comunicação, a produção literária - científica e pedagógica, as iniciativas públicas e privadas, as ONG's e as pessoas de uma forma em geral, pressionados pela anunciada catástrofe ambiental a que estamos submetendo o planeta através de práticas danosas cometidas por todos nós, indivíduos e coletividade, colaboram para que o assunto tenha tamanha repercussão. Seja através de discussões técnicas e científicas ou de posturas ideológicas e apaixonadas pela causa, o fato é que a temática ambiental vai, pouco a pouco, sendo inserida e incorporada pela nossa sociedade como um divisor de água na busca de uma melhor qualidade de vida, embora que, voltamos a frisar, o assunto deveria ter sido tomada a efeito muito tempo antes.
Embora seja lugar comum dizer que a abordagem ambiental deva ser holística e que devemos pensar globalmente e agir localmente, o que percebemos muitas vezes é uma práxis que reforça o ambientalmente incorreto dito popular que diz que em casa de ferreiro o espeto é de pau. Apesar dos avanços, a gestão ambiental continua, ainda hoje, centrada, na maioria das vezes, na aquisição de equipamentos de controle ambiental, não levando em consideração aspectos importantes relacionados à cultura das pessoas.
De fato a degradação ambiental põe em risco a saúde do planeta e de seus habitantes. As medidas mitigadoras colocadas em práticas não resolvem de todo a questão, apenas – como o próprio nome anuncia, atenuam um quadro ascendente de problemas socioambientais.
As práticas de controle ambiental são recentes e ainda não foram totalmente incorporadas pelas empresas, seja pelo seu alto custo ou pela falta de conscientização. Existe toda uma cultura que precisa ser estimulada para uma nova concepção na relação do homem com o meio ambiente. Percebe-se que pouco adiantarão tecnologias de controle ambiental de última geração se as pessoas não refletirem sobre o seu comportamento no que se refere ao consumo e ao uso insustentável dos recursos naturais.
Este cenário coloca à mesa uma discussão que passa pela revisão de conceitos e será necessário que cada indivíduo compreenda a importância de estar comprometido com a qualidade ambiental da sua cidade, do seu bairro, da sua casa e do seu posto de trabalho. Parafraseando o imperador romano, não basta apenas estarmos comprometidos, temos que demonstrar este comprometimento colocando em prática os princípios básicos de sustentabilidade.
No entanto, existe uma cultura arraigada em pressupostos que acredita de fato que em casa de ferreiro o espeto é de pau, quando na verdade deveria ser estimulada a refletir e perceber que em casa de ferreiro na maioria das vezes o que temos é sucata de sobra e que cada um de nós é na verdade um ferreiro a produzir diariamente uma quantidade enorme de sucatas.
As pessoas de um modo em geral não percebem que a degradação ambiental é resultado do modelo que escolhemos para sobreviver, não reconhecendo nas suas relações com o meio os impactos produzidos por este modelo. De fato é pouco usual a conjugação do verbo poluir na 1a pessoa. Quando o sujeito não é indefinido (alguém polui), se encontra na 3a pessoa do plural: eles poluem.
Ações de controle ambiental são fundamentais na busca de uma melhor qualidade de vida, pensar globalmente e agir localmente também. No entanto, atuamos muitas vezes desconsiderando fatores fundamentais relacionados à cultura das pessoas e das instituições que as abrigam.
A formação de uma consciência crítica em relação a este processo é fundamental para a busca de soluções que não sejam somente mitigadoras, passando a ter um caráter mais preventivo e educativo. A agricultura orgânica, bem como a agricultura familiar, ganha adeptos em todo o Brasil, podendo transformar-se na grande formadora de consciências desse país.
No entanto, para que uma gestão ambiental seja bem sucedida é necessário que ocorram mudanças nas atitudes, nos padrões de comportamento e na própria cultura das instituições. De nada adianta fazermos o presente trabalho baseado na lei nº 6.938 de 31/08/81, que dispõe sobre a política nacional de meio ambiente, se cada ser humano não fizer a parte que lhe cabe, pois os dados confirmam que a legislação em si não faz milagre, mas a grande diferença está na consciência das pessoas.
Para alcançar o compromisso das pessoas com a melhoria da qualidade ambiental é preciso, em primeiro lugar, que elas se percebam como parte integrante deste processo, tendo acesso a conhecimentos básicos sobre meio ambiente que as auxiliem na identificação das principais fontes geradoras de impactos ambientais.
Ao motivar e capacitar as pessoas para a adoção de ações preventivas a Educação Ambiental tem-se revelado um importante instrumento da Gestão Ambiental, permitindo que as pessoas conheçam, compreendam e participem das atividades de gestão ambiental, assumindo postura pró-ativa em relação à problemática ambiental.
Dentro da perspectiva de otimizar seus investimentos e de se manter dentro dos padrões ambientais exigidos pela sociedade e pelo mercado, algumas empresas estão implantando programas de Educação Ambiental como instrumentos do seu sistema de gestão ambiental.
Para que as empresas obtenham o compromisso dos empregados com a gestão ambiental é necessário que ela disponibilize, além de recursos e equipamentos de controle ambiental, conhecimentos básicos sobre meio ambiente e gestão ambiental, auxiliando-os na identificação e controle das principais fontes geradoras de impactos ambientais da sua atividade.
Neste sentido, para que a educação ambiental se transforme em um instrumento eficiente da gestão ambiental é necessário que as atividades propostas estejam sintonizadas com a cultura da empresa e potencializem os aspectos positivos desta cultura. A classe empresarial necessita urgentemente ter em mente que a simples lucratividade sem o mínimo de respeito ao ser humano e ao meio ambiente pode-lhe ser fatal.
Geridos desta forma, esses programas permitem às empresas alcançar bons resultados, pois incentivam os empregados a agir de forma preventiva, identificando, controlando e minimizando os impactos ambientais da sua atividade.
Indústria, agricultura moderna e meio ambiente podem conviver pacificamente do ponto de vista ambiental. Basta para tanto, estímulo e vontade política.

Aprendência e as relações pedagógicas

Aprendência e as relações pedagógicas

O ensino é uma ação que provoca afecções e idéias-afecções no aprendente, enquanto recebe ações do professor. O aprendente experimenta sentimentos de alegria quando as relações do professor e do conteúdo condizem com sua essência e aumentam a sua potência de agir, de pensar, de criar; ou de tristeza quando as relações do professor, da matéria e da metodologia não condizem com ele e diminuem sua capacidade de agir, de pensar e de criar. A alegria o torna mais capaz de agir, a tristeza o torna menos capaz de agir. Segue-se daí a necessidade de relações positivas, de amizade, de amor do professor consigo mesmo, com as matérias de sua responsabilidade compondo com seus desejos e suas opções, e muito especiamente com os alunos. Ninguém aprende sem amor , sem alegria, nada na tristeza poderá induzir o aluno a formar uma noção de algo que seria comum ao corpo do aluno e ao corpo do professor ou ao corpo do conteúdo/metodologia que o entristecem. Pela mesma razão já esposta acima: o corpo me afeta de tristeza na medida em que ele me afeta sob uma relação que não covêm co a minha. Como se fosse a relação do arsênico que não compõe com o meu corpo.
A relação pedagógica tradicional está calçada acima de tudo em relação de poder, e, neste sentido , é altamente destrutiva, pois o poder sempre tem necessidade da tristeza dos súditos, simplesmente porque não os pode ver mais forte nem mais sábios ainda que os perceba como uma malta a ser domesticada. Na prática os sistemas escolares se preocupam com a disciplina, com a ordem, com o controle, acima de tudo precisam territorializar os fluxos contínuos das crianças e seus desejos infinitos, dos jovens e seus sonhos/energia desabridas. Por sua vez, os adultos, extremamente territorializados e fixados em rotinas disfuncionais, vêm a procura de novos fluxos na universidade de uma educação continuada. Territorializar, canalizar, fixar enquadrantes controlados e controláveis é o que o sistema mais lhes oferece. Centros, departamentos , disciplina é o que o sistema escolar lhes oferece por demais. Precisa balancear os dois processos. Mas acontece que, antes de prmetir o extravasamento de energias e pensamentos em turbilhão, antes de estabelecer uma comunicação de socializar uma informação, o professor trasmite uma marca de poder, uma palavra de ordem, imanente a cada significação: isto é substantivo, isto é uma derivada, isto é uma obra de arte.

Parte do texto: Aprendisagem, Signos e tecnologias. Prof. Norberto J. Etges, Phd. Espinosa, 1993.