Os imigrantes começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da década de 1870. Foram impulsionados pelas transformações socioeconômicas em curso do norte da península itálica, que afetaram sobretudo a propriedade da terra. Um aspecto peculiar á imigração em massa italiana é que começou a ocorrer pouco após a unificação da Itália (1871), razão pela qual uma identidade nacional desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil. Estima-se que, entre 1870 e 1970, em torno de 28 milhões de italianos emigraram (aproximadamente a metade da população da Itália). Entre os destinos principais estavam diversos paises da América do Sul, o Brasil foi um desses destinos, onde Santa Catarina foi um lugar escolhido para ser colonizada por eles.
Um grande número de italianos que vieram para Santa Catarina era originário de uma região do norte da Itália conhecida com “o Trentino”, que tem seu ponto central na cidade de Trento.
Como a travessia do mar, rumo ao Brasil era longo, e para afastar a monotonia, os italianos se reuniam em grupos e cantavam. Uma das mais conhecidas canções, que muitos chamam “Cosa será lost América” (Onde Será Está América), ainda entoado em reuniões festivas, nas áreas coloniais do Sul do Brasil.
No ano de 1836, os italianos deram inicio a segunda colônia de imigrantes estrangeiros que se instalou em Santa Catarina (A primeira colônia foi de origem alemã). Situadas a margens do rio Tijuca, a primeira colônia italiana enfrenta muitas dificuldades e teve vida breve. Tinha o expressivo nome de colônia Nova Itália (atual São João Batista).
Mais outros núcleos coloniais ainda foram fundados em terras catarinenses, sendo a maioria formada por imigrantes do norte da Itália.
Os imigrantes italianos se dirigiram inicialmente a duas áreas de colonização: Brusque e Blumenau. Daí partiram em grupos, para regiões do interior visando fundar novas colônias.
Desembarcando nos portos de Itajaí ou de Desterro, em grande número de imigrantes italianos tomavam rumo da colônia de Brusque. Nessa região, estavam destinados aos imigrantes áreas de terras que iriam dar origem as novas colônias. Porto Franco (atualmente Botuverá) e Nova Trento.
Desembarcando em Itajaí-Açu atingiam a colônia de Blumenau. As mulheres e crianças aguardavam em Blumenau, nos barcos destinados aos imigrantes, enquanto os homens partiam para o interior – buscavam os lotes que lhe estavam destinados.
No ano de 1875 inicia-se, no Brasil, o que tem sido chamado de “A grande colonização italiana”, que vai criar as condições para que milhares de colonos deixem à Itália e venham para Santa Catarina.
O agricultor italiano difundiu em Santa Catarina, as culturas agrícolas com as quais já estavam familiarizados: a uva, o arroz, o milho, o fumo. O vinho logo começou a ser produzido, pois era um produto muito apreciado pelos italianos; depois se buscou a sua industrialização.
No ano de 1875, os colonizadores italianos estavam instalados na região de Rio dos Cedros. Nessa área e nas regiões próximas, que foram ocupados, aprenderam a se defender na floresta, com os poucos brasileiros que viviam na região. Era um mundo muito diferente daquele ao qual estavam habituados na Itália.
Agora os italianos são encaminhados também para a região sul de Santa Catarina, desembarcando em Laguna. Laguna era então a principal cidade do sul do estado. Lá havia a estrada de ferro Dona Tereza Cristina, que tinha sido recentemente inaugurada, foi construída para atender as necessidades de transportes do carvão extraído de Minas (atual Lauro Miller), não era uma estrada longa, tinha pouco mais de 100 quilômetros, mais chegava ate em Laguna e passava pela atual cidade de Tubarão.
A ferrovia Tereza Cristina, não ajudou a colonizar somente Laguna, mais também a região de Azambuja, Urussanga, Pedras Grandes, Criciúma, Orleans, Nova Veneza, Grão Pará, Cocal, Treze de Maio, Turvo e outras.
Grande parte da estrada de ferro Tereza Cristina está atualmente desativada. Mais ainda, periodicamente, passam sobre seus trilhos vagões com a mesma característica dos trens do inicio do século XX: locomotiva a vapor puxando vagões de madeira.
Pode-se ainda, nessas locomotivas do passado, fazer um passeio turístico ferroviário entre as localidades do sul do estado de Santa Catarina, conduzidos pelo o que se pode chamar de Trem da Historia.
Em Santa Catarina houve épocas, como já foi visto em que nas áreas de colonização estrangeira, brasileiros – adultos e crianças – não usavam a língua portuguesa do dia-a-dia. No ano de 1940, eram milhares, quase 100 mil famílias usando a língua italiana na vida em família.
Na localidade com interessante nome de Nova Trento viveu Amábile Lucia Visintainer que nasceu na Itália e, acompanhada de seus pais, veio para o Brasil ainda criança. Mais tarde como religiosa sob nome de Madre Paulina foi reconhecida pela igreja católica como a primeira Santa do Brasil.
A partir de 1910, milhares de gaúchos migram para Santa Catarina, entre eles, milhares de descendentes de italianos. Esses colonos ítalo-brasileiros colonizaram grande parte do Oeste catarinense.
Atualmente, vivem em Santa Catarina três milhões de italianos e descendentes representados cerca da metade da população catarinense.
Conclui-se assim que os imigrantes italianos foram pessoas que contribuíram muito para o desenvolvimento do nosso estado, deixando rastro de suas culturas não só para os descendentes, mais para toda a população de Santa Catarina e dos demais estada colonizados por italianos.
Mesmo ficando com as terras menos férteis, pois os mais férteis já haviam sido colonizados pelos imigrantes alemães, não desistiram destas terras, onde evoluíram cada vez mais e praticando seus conhecimentos. Espandiram-se em outras regiões de Santa Catarina, formando assim nosso estado com mais de metade da população de origem italiana.
Referências Bibliográficas:
Atlas Escolar de Santa Catarina/Secretaria de Estado de Coordenação Geral e Planejamento, Subsecretaria de Estudos Geográficos e Estatísticos.
Rio de Janeiro, Aerofoto Cruzeiro, 1991
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_no_Brasil
http://www.diasmarques.adv.br/pt/historico_imigracao_brasil.htm#Italianos
quinta-feira, dezembro 06, 2007
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«Mais antigas ‹Antigas 201 – 201 de 201Olá, sou Thayse Palhano. Neta de Amantino Palhano da Silva, região da serra catarinense. Você conseguiu informações sobre a família Palhano/Pagliano?
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