É de longa data que a espécie humana causa danos ao ambiente do nosso planeta. Tudo isso começou com a Revolução Industrial, na Inglaterra. Antes as máquinas dependiam da energia hidráulica e localizavam-se no meio rural. Depois, com o invento da máquina a vapor, a indústria passou a se concentrar cada vez mais nas cidades. Esse sistema foi atribuído também aos carros, que passaram a não necessitar das fontes dos recursos naturais.
Naquela época as fábricas e os meios de transportes eram grandes consumidores de carvão mineral, já agora, determinadas cidades reúnem um número grande de indústrias e de veículos que queimam derivados de petróleo. Nessa perspectiva, a emissão de gases poluentes é muito forte.
As cidades não são as únicas responsáveis pela poluição do ar, no campo as queimadas e o desmatamento também danificam muito a natureza e os nossos recursos naturais. Mas mesmo assim a poluição atmosférica é muito grande.
O “coquetel” de poluentes presente no ar urbano é assustador. Entre seus ingredientes podemos destacar: os óxidos de carbono (monóxido e dióxido de carbono), as emissões ácidas (dióxido de enxofre, fluoreto de nitrogênio e o cloreto de hidrogênio), pode também conter partículas sólidas metálicas e não metálicas entre outros.
Essa poluição provoca doenças respiratórias no ser humano, deteriora prédios e monumentos históricos, afeta a vida de plantas e animais além de provocar todos os impactos ambientais conhecidos. Um dos fatos que aumenta o número de doenças respiratórias nas grandes metrópoles é o fato do ponto de orvalho, que passa a ocorrer mais tarde devido a chegada de massas de ar aquecido.
A poluição do ar atmosférico causa muito impactos ambientais, tanto em escala local como regional ou global. Nas escalas local e regional destacam-se a inversão térmica, as “ilhas de calor” e chuva ácida. E em escala global, o efeito estufa e a destruição da camada de ozônio, que são muito preocupantes ao planeta. Veremos cada um desses problemas mais detalhadamente.
A inversão térmica é um fenômeno que ocorre naturalmente em vários lugares da Terra, porém quando ocorre nas grandes cidades, contribui para agravar o problema da poluição. A rotação das massas de ar ocorre da seguinte maneira: as massas de ar movimentam-se verticalmente porque a atmosfera se resfria nas camadas mais elevadas, quando entram em contato com superfície da Terra, o ar se aquece, fica mais leve e sobe. A medida que ganha altitude, resfria, fica mais pesado e desce novamente. Esse movimento constante do ar ajuda a dispersar poluentes das camadas próximas do solo.
Na inversão térmica essa situação se inverte. Próximo do solo mais frio, o ar se resfria e nas camadas superiores é mais quente. Por algumas horas, até que o solo se aqueça, não há movimentação vertical do vento. Os poluentes ficam retidos bem perto do solo, agravando a poluição atmosférica.
Como sabemos a temperatura na região central das grandes cidades é diferente da temperatura dos bairros mais afastados, a média térmica também são maiores. Isso ocorre devido a grande concentração de prédios que impedem a circulação de ar. A falta de áreas verde perto dos asfaltos de grande circulação também eleva a temperatura. Essas áreas são as chamadas “ilhas de calor”. Com o aumento da temperatura, a “ilha de calor” passa a atuar como uma zona de baixa pressão, atraindo ventos que podem levar para essa área maior quantidade de poluentes, principalmente se forem provenientes de áreas industriais.
O que origina a chuva ácida é a presença de poluentes no ar atmosférico (ácido sulfúrico, ácido clorídrico, trióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e outros). A água da chuva é normalmente ácida, porém esses poluentes a tornam mais ácida ainda. As regiões desenvolvidas do hemisfério norte, muitas indústrias, grandes cidades e, conseqüentemente grandes emissores de poluentes, são as mais afetadas pela chuva ácida. Alguns lugares da América do Norte, Europa e Japão apresentam chuvas com índices de acidez muito altos.
As conseqüências da chuva ácida são muitas: rios, lagos e solos atingidos têm sua acidez aumentada. Os solos podem perder nutrientes como potássio, cálcio e magnésio, causando sérios danos a vegetação.
O monóxido de carbono é a principal causa do aquecimento global. Por suas graves conseqüências, esse assunto vem sendo muito discutido por países pobres e ricos, mas ainda não se chegou a um consenso. Na prática a diminuição de gases que causam o efeito estufa implica mudanças radicais na economia dos países e na política de lucros de empresas transnacionais. Isso porque o amplo uso de combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por essas empresas pela emissão desses gases.
O efeito estufa, como um fenômeno natural, é responsável pela existência da vida na terra. Como uma “estufa”, a atmosfera retém o calor das radiações solares, permitindo o não arrefecimento total do nosso planeta, que, sem essa condição, não seria habitável. A queima de combustíveis fósseis (carvão e petróleo), por indústrias e veículos automotivos, foi o principal fator do aumento de dióxido de carbono na atmosfera. As queimadas em áreas florestais e agrícolas também agravam a situação. O aumento desses gases na atmosfera intensifica a retenção do calor na superfície terrestre, elevando a temperatura global. É esse o efeito estufa que preocupa, pois suas conseqüências podem ser catastróficas para a humanidade.
A preocupação mundial com o efeito estufa é devido as suas conseqüências que são:
Ø O derretimento das geleiras, que vem aumentando a cada ano;
Ø As doenças e infecções provocadas por insetos poderão aumentar;
Ø Ocorreram secas nas regiões tropicais e subtropicais, as degradações dos solos aumentará e a fome aumentará nessas áreas;
Ø Nas altas latitudes, o aumento das chuvas vai acelerar a erosão dos solos;
Ø Ilhas do Pacífico Sul, com baixa altitude estarão ameaçadas. O Kiribati, na Oceania, já perdeu duas ilhas.
Cientistas formularam a tese atual sobre o efeito estufa que prevê um aumento de cerca de 3º C na temperatura média do planeta até 2050, quando a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera devera ter duplicado.
Na nossa atmosfera existe uma camada muito importante, a estratosfera, onde existe uma grande quantidade de ozônio, um gás formado por três átomos de O. A função desses gases é agir como um cinturão de proteção contra os raios ultravioletas, que ao passarem por ali diminuem sua intensidade não causando danos mais sérios aos seres vivos. Porém na década de 1980, foi detectado que a camada de ozônio estava sendo destruída por produtos químicos. Esses são os CFCs (clorofluorcarbonetos),que são muito usados em frigoríficos, aparelhos de ar condicionado e outros. Esses gases podem subir a grandes altitudes sem sofrer alterações. Mas, chegando a estratosfera, rompem-se sobre a ação dos raios ultravioletas liberam cloro, que reage com o ozônio, formando oxigênio comum. Dessa forma, abrem-se verdadeiros “buracos” na camada de ozônio, ameaçando a vida na terra.
A nossa atmosfera está em perigo. Todos sabemos que os nossos poluentes estão livres no ar e que esses causam inúmeros problemas para a nossa saúde e para o nosso planeta. Muitas vezes esses problemas podem ser bem maiores do que pensamos.
Geografia e vida, ed 02; publicado em1998
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